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BR-101 Norte: Santa Catarina precisa de mobilização para sair do atoleiro estrutural

O futuro da maior rodovia catarinense depende de uma ação coordenada entre governo e população.

23/01/2025 às 19h39 Atualizada em 23/01/2025 às 20h55
Por: Prof. Helle Borges
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Engarrafamento na BR-101, na Grande Florianópolis: cenário comum para quem é usuário. Foto: Leo Munhoz/
Engarrafamento na BR-101, na Grande Florianópolis: cenário comum para quem é usuário. Foto: Leo Munhoz/

A BR-101 Norte, que corta Santa Catarina e conecta a região aos principais polos econômicos do estado e do país, é um exemplo claro de como a negligência com investimentos estruturais pode comprometer o desenvolvimento e a qualidade de vida. Essa rodovia, essencial para o escoamento de produção industrial, para o turismo e para o dia a dia de milhões de catarinenses, está saturada, perigosa e ineficiente. Congestionamentos intermináveis, acidentes recorrentes e a precariedade de acesso aos municípios ao longo do trecho norte fazem parte do cotidiano. A recente inclusão de obras prioritárias no pacote de investimentos da ANTT, que será apresentado ao Tribunal de Contas da União (TCU) no mês de fevereiro, é, sem dúvida, uma oportunidade única, mas que precisa de força política e pressão social para se concretizar.

O pacote de intervenções proposto pela ANTT contempla projetos cruciais, como a construção de terceiras faixas, ampliação de vias marginais, passarelas, viadutos e o contorno viário de Tijucas, com impacto direto na fluidez do tráfego e na segurança de motoristas e pedestres. A ampliação da capacidade da rodovia em cidades como Itapema, Balneário Camboriú, Navegantes e Penha é um divisor de águas para uma região que sofre com o tráfego excessivo, especialmente em períodos de alta temporada, quando a demanda turística intensifica a já complicada realidade.

Outro destaque desse pacote é o contorno viário de Tijucas, uma demanda histórica que pode finalmente aliviar o tráfego pesado que atravessa o coração do município, transformando a qualidade de vida local e contribuindo para a eficiência logística de empresas que dependem da rodovia para o transporte de cargas. Ao mesmo tempo, a construção de passarelas e melhorias nos acessos aos municípios têm o potencial de salvar vidas, reduzindo significativamente os acidentes que frequentemente vitimam pedestres e motoristas.

No entanto, como sabemos, em um cenário político e econômico instável, ter um projeto na mesa não garante sua execução. Por isso, a mobilização popular e política deve ser intensificada agora. Nunca houve um momento tão propício para pressionar o governo federal, o TCU e os órgãos responsáveis a priorizarem essas intervenções. A sociedade catarinense precisa de resultados, e isso não será alcançado sem uma postura ativa de nossas lideranças.

Nesse sentido, o papel do governador Jorginho Mello é absolutamente central. Como chefe do executivo estadual, Mello tem a responsabilidade de liderar essa demanda, alinhando forças com a bancada catarinense no Congresso Nacional e articulando diretamente com o governo federal. A presença do governador como protagonista nesse processo é fundamental para garantir que Santa Catarina receba os recursos necessários e que os projetos não fiquem engavetados em Brasília. Jorginho Mello precisa assumir uma postura incisiva, cobrando agilidade e se posicionando publicamente como defensor intransigente dessas obras. Esse envolvimento não é apenas estratégico, mas simbólico, demonstrando que o estado não aceitará mais ser negligenciado em termos de investimentos federais.

A bancada catarinense no Congresso também deve ser mobilizada de forma coesa, com deputados e senadores alinhados na defesa de um objetivo comum. Há exemplos recentes de articulações bem-sucedidas em outras regiões do país, e Santa Catarina tem capital político suficiente para fazer o mesmo, especialmente considerando a relevância econômica do estado. Parlamentares como Jorge Goetten já têm se manifestado, mas é preciso ir além das declarações. A sociedade precisa de comprometimento com resultados concretos.

Para que isso aconteça, a população também precisa desempenhar seu papel. A pressão social pode ser um fator determinante para acelerar as decisões. Por meio de redes sociais, manifestações e contato direto com os representantes eleitos, os catarinenses devem deixar claro que não aceitam mais atrasos ou desculpas. É hora de transformar a insatisfação com os problemas da BR-101 em uma força mobilizadora capaz de romper a inércia burocrática.

O impacto dessas intervenções vai muito além do tráfego diário. Estamos falando de segurança, de salvar vidas em uma rodovia onde os acidentes se tornaram rotina. Estamos falando de desenvolvimento econômico, de assegurar que os portos de Itajaí e Navegantes, tão vitais para o estado, possam operar com eficiência. Estamos falando de turismo, de garantir que visitantes não sejam afastados pela infraestrutura precária. Estamos falando, acima de tudo, de dignidade para os catarinenses.

Essa é uma oportunidade histórica para Santa Catarina. O pacote de obras apresentado pela ANTT, se viabilizado, pode resolver gargalos históricos e transformar a BR-101 Norte em uma rodovia moderna, segura e eficiente. Mas para isso, é preciso agir agora. O governador Jorginho Mello, os parlamentares e a sociedade catarinense têm a responsabilidade de lutar com todas as forças por essa conquista. Não podemos permitir que esse momento único seja desperdiçado. Santa Catarina merece mais, e é nossa obrigação garantir que o futuro da BR-101 esteja à altura da importância do estado.

Comentário no Jornal da Cidade

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