Uma operação conjunta da Polícia Militar e da Vigilância Sanitária de Itapema resultou na interdição de uma fábrica clandestina de gelo e panificadora localizada na rua 406, bairro Sertão do Trombudo, em Itapema. O local, que funcionava sem alvará e em condições completamente insalubres, foi lacrado após inspeção que constatou riscos graves à saúde pública e suspeita de exploração de trabalho em condições degradantes.
A descoberta ocorreu neste domingo (04), durante o atendimento de uma ocorrência de furto, quando uma guarnição da Polícia Militar foi acionada no endereço e, ao chegar ao local, identificou uma situação ainda mais grave. A panificadora e fábrica de gelo aparentemente mantinham dois funcionários residindo dentro do galpão onde ocorriam as produções, em um ambiente totalmente impróprio para habitação e trabalho.
Questionado sobre a situação, o proprietário do local autorizou a entrada dos policiais e mostrou o interior da estrutura. Ao acessar o espaço onde os funcionários viviam, os agentes confirmaram as condições precárias: colchões jogados no chão, sujos e com forte odor, geladeira imunda, fogão e panelas em estado inadequado para uso, tudo registrado em fotos e vídeos pela equipe.
A Polícia Militar também questionou sobre os vínculos empregatícios dos trabalhadores. O proprietário afirmou que os dois atuavam de forma informal, recebendo pagamentos diários, mas nenhum registro em carteira foi apresentado, tampouco foi possível confirmar sobre os pagamentos.
Diante da gravidade da situação, a Central Regional de Emergência tentou contato com o Ministério do Trabalho, sem sucesso no momento. A vistoria continuou e os policiais puderam verificar as demais áreas da fábrica.
Ao lado da sala onde os trabalhadores viviam, funcionava a produção de gelo. Segundo relato do proprietário, ele explicou todo o processo de fabricação, mas o que chamou a atenção da guarnição foi o estado do ambiente: sujeira impregnada nos pisos, paredes e equipamentos, além de materiais de armazenamento e embalagens em condições críticas de higiene.
Vigilância sanitária e interdição
Imediatamente, a guarnição acionou a Vigilância Sanitária de Itapema, que enviou ao local os agentes Fábio e Jorge. A situação se agravou ainda mais ao chegarem ao setor de panificação. Lá, os fiscais encontraram chão quebrado e sujo, paredes rebocadas, maquinário deteriorado e a presença de baratas, ratos e até um gato circulando livremente pela área de produção.
Diante de todas as irregularidades, os fiscais determinaram a interdição imediata do local. Conforme relataram, a fábrica não possuía alvará de funcionamento e operava de forma clandestina, colocando em risco direto a saúde dos consumidores. “Ao verificar a denúncia, encontramos um local totalmente impróprio e com sérios riscos à saúde pública. A fábrica foi imediatamente interditada e seguimos atuando para garantir que nenhum produto irregular continue em circulação”, explicou o diretor da Vigilância Sanitária, João Íris Romera.
A Polícia Militar lavrou o boletim de ocorrência de apoio à operação e auxiliou na interdição. Os produtos encontrados no local serão recolhidos em uma nova ação prevista para esta segunda-feira (05).
A Prefeitura de Itapema se manifestou por meio de nota oficial, reforçando o compromisso com a saúde pública e orientando que denúncias sejam feitas pelos canais oficiais da Vigilância Sanitária ou pela Ouvidoria Municipal. O secretário de Saúde, Fabrício Lazzari, conhecido como Fafá, também se pronunciou:
“Não vamos tolerar esse tipo de prática na nossa cidade. Saúde pública é coisa séria. Nossa equipe agiu com responsabilidade para proteger a população. Quem coloca vidas em risco será responsabilizado.”
Segundo a equipe de fiscalização, os produtos fabricados no local eram distribuídos a mercados e comércios da região sem qualquer controle sanitário. As autoridades agora trabalham para rastrear os itens que já foram vendidos e apurar a responsabilidade dos estabelecimentos envolvidos. Até o momento, os pontos de venda são tratados como vítimas, mas a situação será investigada pelos órgãos competentes.
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