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Política Artigo

O Tabuleiro da Sucessão: Lula traça estratégia para 2026 e testa nomes como Haddad, Camilo e Boulos.

Presidente quer evitar candidatura, mas pode disputar se Bolsonaro for adversário; possíveis sucessores cumprem papéis estratégicos na disputa eleitoral.

05/03/2025 às 09h39 Atualizada em 05/03/2025 às 10h19
Por: Prof. Helle Borges
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Foto - Reprodução
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Nos corredores do Palácio do Planalto e nos bastidores do Partido dos Trabalhadores, a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva já é pauta prioritária. Embora o presidente ainda seja o plano A para disputar a reeleição em 2026, sua candidatura depende de um fator crucial: o adversário. Lula já deu sinais de que só entrará na disputa caso tenha Jair Bolsonaro como concorrente direto. No entanto, diante de um cenário diferente, o petista estaria disposto a abrir espaço para novas lideranças. E é nesse ponto que três nomes ganham força: Fernando Haddad, Camilo Santana e Guilherme Boulos.

A escolha do candidato do PT dependerá do contexto eleitoral e da estratégia necessária para enfrentar a oposição. Lula tem plena consciência de que uma disputa contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, exigirá um nome mais palatável ao eleitorado de centro. Já se a batalha for contra um dos filhos de Bolsonaro, a linha de frente precisará ser mais combativa, incendiando a militância. Assim, cada um dos possíveis sucessores ocupa um papel específico no tabuleiro da sucessão.

Fernando Haddad aparece como o plano B mais natural. Ministro da Fazenda e ex-prefeito de São Paulo, ele já foi testado nas urnas em 2018, quando substituiu Lula na corrida presidencial e perdeu para Bolsonaro no segundo turno. Seu nome tem peso e aceitação dentro do PT, mas enfrenta resistência de setores que o consideram técnico demais e pouco carismático. No entanto, Haddad tem um trunfo: sua imagem moderada pode ser um atrativo para um eleitorado que busca um governo mais pragmático. Em um cenário onde o adversário seja Tarcísio de Freitas, essa estratégia faria sentido, pois permitiria ao PT disputar o voto do centro sem espantar o mercado.

Mas Lula não descarta um plano C, e é aí que Camilo Santana entra na equação. O ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação tem um histórico de boa gestão e uma imagem conciliadora. Respeitado até mesmo por adversários políticos, Camilo representa um nome capaz de costurar alianças com setores mais amplos da sociedade e dialogar com o eleitorado moderado. Diferente de Haddad, ele não carrega o desgaste de uma derrota nacional e tem um perfil menos ideológico, o que pode torná-lo uma alternativa viável caso o embate de 2026 se desenrole em bases menos polarizadas.

Mas se a disputa for marcada pelo radicalismo, o PT pode partir para o plano D: Guilherme Boulos. Deputado federal, líder do MTST e uma das figuras mais combativas da esquerda, Boulos tem tudo para ser o nome ideal caso o bolsonarismo decida lançar um candidato agressivo, como um dos filhos de Bolsonaro. O primeiro passo para fortalecer sua candidatura já estaria em andamento: sua entrada no governo federal. Lula considera nomeá-lo para um ministério estratégico, possivelmente a Secretaria-Geral da Presidência, um cargo que ampliaria sua visibilidade e o colocaria em contato direto com movimentos sociais. Essa jogada permitiria que Boulos ganhasse ainda mais força política e experiência administrativa, deixando-o pronto para a disputa presidencial.

A movimentação dentro do PT revela que Lula está jogando com todas as possibilidades. Ele sabe que a sucessão de 2026 será decisiva para a continuidade do projeto político que representa e, por isso, tem analisado com cautela os cenários possíveis. Se Bolsonaro for o adversário, Lula veste a camisa e entra na briga. Mas se o tabuleiro mudar, ele já tem peças prontas para se mover.

O grande dilema agora está na oposição: qual será o nome da direita para enfrentar a máquina petista? Bolsonaro tentará voltar ao centro do jogo? Tarcísio se consolidará como alternativa viável? Algum dos filhos do ex-presidente assumirá a candidatura? Enquanto essas respostas não vêm, Lula segue afiando sua estratégia e testando seus sucessores. O xadrez da sucessão já começou – e o Planalto está jogando para vencer.

A verdade absoluta é que o Planalto está jogando para vencer, mas se irá, é outra coisa!

 

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