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Superação, batismo, gratidão: Como está hoje a jovem que renasceu na BR-101 em Itapema?

Após ficar 40 dias na UTI — Michele Ibarros venceu a dor, a incerteza e os olhares.

20/06/2025 às 16h21 Atualizada em 20/06/2025 às 16h56
Por: Tiago Francisco
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Foto - Arquivo/Rádio Cidade
Foto - Arquivo/Rádio Cidade

Em setembro do ano passado, a vida de Michele Ibarros, de apenas 21 anos, mudou drasticamente após um grave acidente entre sua motocicleta e uma carreta, na BR-101, em Itapema. Presa sob o caminhão e com múltiplas fraturas, ela passou por uma jornada dolorosa e desafiadora. Hoje, quase nove meses depois, Michele surpreende pela força com que se reergueu e emociona ao contar sua história de fé, gratidão e recomeço.

No final da tarde de um domingo, no quilômetro 150 da BR-101, sentido Norte, em Itapema, um acidente violento interrompeu o fim de semana e marcou o início de um dos maiores desafios da vida da jovem técnica em enfermagem, e que atua há quase cinco anos no setor de aluguel de imóveis. Michele pilotava a motocicleta Biz quando foi atingida por uma carreta. 

Vídeos gravados de prédios próximos registraram a cena angustiante: pessoas desesperadas tentavam ajudar Michele, enquanto aguardavam o socorro. Ela foi encaminhada em estado grave ao Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, com fraturas nas duas pernas e ferimentos severos na região da coxa e virilha. Apesar da dor, estava consciente. Familiares e amigos recorreram às redes sociais, pedindo orações por sua recuperação.

40 dias entre a dor e a esperança

A internação foi longa. Foram 40 dias na UTI. A recuperação foi lenta, com vários desafios físicos e emocionais. Depois da alta, em 6 de janeiro, Michele ainda precisou de mais três meses em casa, em repouso, seguindo sessões intensivas de fisioterapia e lidando com os impactos do longo período de sedação e das múltiplas cirurgias.

Logo após sair do hospital, Michele conversou com o jornalista Flávio Silva, da Rádio Cidade, e compartilhou os obstáculos que ainda enfrentava. Uma campanha de arrecadação foi divulgada pela rádio para ajudá-la a custear o tratamento — e a resposta da comunidade foi emocionante. “O valor arrecadado fez toda a diferença”, relembra.

Acidente ocorreu em 29/09/2024. Foto - Reprodução/Redes Sociais

Nove meses depois: a vitória

Hoje, a história tem um novo capítulo. Em entrevista concedida nesta sexta-feira (20) à Rádio Cidade, Michele atualizou seu estado de saúde e surpreendeu com a evolução:

“Terminei a fisioterapia, as marcas estão clareando. Voltei pra academia, com carga baixa ainda, mas está muito bom. Ainda tenho um pouco de limitação por causa do enxerto, não posso correr, sinto fraqueza na perna… mas já consigo fazer muita coisa. Foi uma recuperação rápida, considerando tudo. Sou um milagre de Deus.”

Um detalhe curioso chama a atenção: a moto envolvida no acidente foi vendida para um colaborador da própria Arteris Litoral Sul — a concessionária que ajudou a socorrê-la naquele dia. O comprador era um dos que participaram do resgate naquele domingo trágico.

Cicatrizes e a nova Michele

Michele carrega no corpo as marcas da tragédia: uma cicatriz na perna direita, que está desaparecendo aos poucos, e uma mais extensa na perna esquerda, resultado de um enxerto de pele retirado da própria coxa direita, necessário após um quadro de necrose. “Era muito dolorido no início, cheguei a tomar codeína quando tive alta, de tanta dor”, lembra.

Mas nada disso a impediu de seguir em frente. E a emoção toma conta quando ela fala sobre a fé:

“Me aproximei de pessoas novas, conheci histórias, consegui inspirar muita gente... e me batizei. Entreguei minha vida a Cristo porque sei que isso foi um milagre, um propósito.”

Foto - Arquivo/Rádio Cidade

Depoimento 

Ao relembrar a trajetória, Michele fez questão de agradecer publicamente:

A Rádio Cidade sempre esteve presente em nossas vidas, e no momento mais difícil, não foi diferente. O Flávio prontamente foi até minha casa para fazer a matéria comigo, a pedido da minha madrasta. Quero agradecer o carinho dele com a nossa família, e de toda a equipe da rádio, que nos acolheu com tanto cuidado, apoio e força.

Agradeço também a todos os amigos, familiares, profissionais da saúde — enfermeiros, médicos, fisioterapeutas — que estiveram comigo nos momentos mais delicados, oferecendo suporte físico e emocional.

E meu muito obrigado também ao jornalista Tiago Francisco, que me deu essa nova oportunidade de contar minha história. O acidente teve grande repercussão, e graças à Rádio Cidade, consegui alcançar muitas pessoas. Obrigada, de coração.”

Superação

A trajetória de Michele Ibarros emociona por sua intensidade, mas também inspira por sua luz. Cada cicatriz, segundo ela, é uma lembrança viva de quem teve fé, não desistiu e enfrentou a dor com coragem.

Mesmo quando ainda lida com olhares curiosos sobre suas marcas, ela diz que aprendeu a enxergá-las de outra forma:

“Às vezes é desconfortável perceber que estão olhando, mas entendo… são cicatrizes de alguém que sobreviveu, lutou e venceu. Elas fazem parte da minha nova história, da minha fé.”

Foto - Arquivo/Rádio Cidade

 

 

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