Depois de mais de uma década operando praticamente sem gerar lucro expressivo, o WhatsApp — aplicativo de mensagens mais usado do planeta, com 3 bilhões de usuários — começou a exibir anúncios. A mudança acontece na aba Atualizações, aquela onde ficam os Status e os Canais. Com isso, a Meta, dona do WhatsApp, dá um passo firme rumo à monetização da plataforma.
O novo formato permite que empresas paguem para promover seus canais, aparecendo de forma destacada para os usuários. Criadores de conteúdo também terão espaço: eles poderão oferecer assinaturas pagas em troca de acesso a conteúdos exclusivos. Os anúncios serão direcionados com base em informações como cidade, idioma e os canais que a pessoa segue — sempre respeitando a privacidade das mensagens, que seguem criptografadas de ponta a ponta.
A movimentação é estratégica. Hoje, mais de 1,5 bilhão de pessoas acessam diariamente a aba Atualizações, um público valioso para marcas e criadores. E, mesmo com seu gigantesco número de usuários, o WhatsApp ainda representa uma fatia pequena da receita da Meta. Em 2024, por exemplo, o aplicativo rendeu cerca de US$ 1,8 bilhão, valor bem abaixo do Facebook, que arrecadou 91 vezes mais no mesmo período.
O plano da Meta é claro: tornar o WhatsApp muito mais do que um app de conversa. “As mensagens são o próximo grande pilar dos nossos negócios”, afirmou o CEO Mark Zuckerberg. A aposta é transformar o “zap” em uma plataforma completa, que vai das conversas aos pagamentos — passando agora também pela publicidade.
Essa não é a única novidade no aplicativo nos últimos meses. O WhatsApp ganhou integração com inteligência artificial, passou a oferecer funções de carteira digital para pagamentos e transferências e ampliou a oferta de Canais — recurso que se fortalece com a chegada da monetização.
Com esse conjunto de mudanças, o WhatsApp começa a seguir o caminho dos chamados super apps, como o WeChat na China, que concentram num só lugar mensagens, compras, conteúdo e serviços financeiros.
Ainda que os anúncios estejam restritos à aba Atualizações — e não interfiram nas conversas privadas —, a mudança marca uma virada histórica no modelo de negócios do aplicativo. O WhatsApp, que foi comprado pela Meta em 2014 por US$ 19 bilhões, finalmente começa a mostrar como pretende dar retorno financeiro ao grupo.
A pergunta agora é: os usuários vão abraçar esse novo momento ou sentir que o “zap” está mudando demais?
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