A Justiça Federal de São Paulo condenou o humorista Léo Lins a oito anos e três meses de prisão em regime inicialmente fechado, por promover discursos considerados preconceituosos durante um show de stand-up realizado em 2022. O comediante também terá que pagar multa equivalente a 1.170 salários mínimos, além de indenização de R$ 300 mil por danos morais coletivos.
A apresentação, que foi publicada no YouTube intutulada de "Perturbador" alcançou mais de três milhões de visualizações antes de ser removida por decisão judicial em 2023, continha piadas que, segundo o Ministério Público, incitavam o ódio contra pessoas com deficiência, negros e nordestinos.
Segundo a juíza Barbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal, “a veiculação de um vídeo na rede mundial de computadores é mais danosa porque, além de atentar contra toda uma coletividade de uma só vez, não permite qualquer tipo de controle, a propagação se dá de modo rápido e escalonado, sendo muito difícil, para não se dizer impossível, excluir definitivamente o conteúdo publicado”.
Lins é conhecido por seu estilo de humor ácido e polêmico, frequentemente abordando temas sensíveis e minorias sociais. Ao longo de sua carreira, acumulou diversas controvérsias e processos judiciais. Em 2021, foi condenado a pagar R$ 5 mil por danos morais à influenciadora Thais Carla, após piadas consideradas gordofóbicas. No mesmo ano, foi demitido do programa "The Noite", do SBT, após a repercussão negativa de uma piada sobre uma criança com hidrocefalia, que envolvia o Teleton, programa beneficente da emissora.
Em 2023, Léo Lins tornou-se réu em uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo, acusado de "promover ódio e enredos discriminatórios, injuriosos e humilhantes, notadamente contra negros, pessoas com deficiência e nordestinos". Na ocasião, teve R$ 300 mil bloqueados em suas contas bancárias e seus canais no YouTube e TikTok foram suspensos por 90 dias.
Apesar das condenações e críticas, Léo Lins, que possui quase 3 milhões de seguidores apenas em uma rede social, afirmou em entrevistas que sua audiência aumentou após os processos judiciais. "Tem que acontecer uma mudança na sociedade. 'Ah, essa piada ofende'. Ok, o que vai acontecer é o cara ficar sem público e a carreira dele acaba, esse é o controle. Não é o que está acontecendo comigo, pelo contrário, o público está aumentando. Então, isso para mim é um sinal para eu seguir em frente", disse em entrevista ao podcast "Fala, Ordinário".
A decisão da Justiça Federal ainda cabe recurso, e os advogados responsáveis pela defesa do humorista afirmaram que o apresentarão contra a sentença.
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