A Polícia Civil de Santa Catarina investiga a morte de um recém-nascido durante o parto no Hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. A tragédia aconteceu na última sexta-feira (25) e gerou forte comoção na região. O caso está sendo conduzido pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), que instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do ocorrido. A investigação segue em sigilo e ainda não há laudo oficial sobre a causa da morte.
O bebê, que se chamaria Ragner, era o terceiro filho do casal Dayla Fernanda Pedroso Ramos e Edemar da Silva Leitemperger. O que seria um momento de alegria se transformou em dor: além de perder o filho, Dayla também perdeu o útero; ou seja, perdeu o direito de ser mãe. O trauma é ainda maior considerando que ela já havia sofrido um aborto com complicações no mesmo hospital em 2023.
Imagens gravadas pelo pai após o parto mostram a mãe deitada em uma maca, sem roupas, visivelmente abalada, e o bebê já sem vida. As cenas, por seu conteúdo extremamente sensível, não foram divulgadas pela Rádio Cidade. No domingo (27), o corpo do pequeno Ragner foi sepultado. Em um vídeo publicado ao lado do túmulo do filho (veja abaixo), Edemar agradeceu o apoio que recebeu do Município, mas foi categórico ao cobrar providências:
“Não vou descansar enquanto os responsáveis pela morte do meu filho não pagarem. Se isso não parar, vai continuar acontecendo com as outras mães que estão lá para ter os filhos”, desabafou.
As oitivas (entrevistas pela PC) dos pais estão previstas para a próxima semana, em respeito ao luto da família.
Consequências administrativas
Diante da repercussão do caso, a Prefeitura de Balneário Camboriú adotou medidas imediatas. O médico envolvido no atendimento foi afastado e a diretora-geral do Hospital Ruth Cardoso, Andressa Haddad, foi exonerada na segunda-feira (28), três dias após a morte do bebê. Quem assume interinamente a direção da unidade a partir desta terça-feira (29) é a secretária de Saúde do município, Aline Leal.
Em nota, o governo municipal informou ainda o envio de um Projeto de Lei à Câmara de Vereadores para a contratação de profissionais da Saúde em caráter temporário (ACTs), com vínculo de até dois anos. Além disso, será lançada uma nova licitação para definir o gerenciamento do Centro Obstétrico da unidade hospitalar, o que permitirá a rescisão do contrato emergencial com a empresa que atualmente presta o serviço.
O fato é que a morte do bebê Ragner escancarou falhas graves na assistência obstétrica do hospital e gerou uma série de cobranças da sociedade civil. Enquanto a região acompanha o luto da família, a Justiça e os órgãos competentes seguem sendo pressionados a esclarecer o caso com urgência e garantir que situações como essa não se repitam.
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