Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, a Igreja Católica inicia os preparativos para o conclave que definirá o novo líder da instituição. O processo, que é cercado de grande solenidade, envolve não apenas a eleição de um novo pontífice, mas também diversos rituais tradicionais, como a famosa fumaça branca. A fumaça é o sinal utilizado para anunciar ao mundo o resultado da eleição papal: quando um novo papa é escolhido, a fumaça branca sai da chaminé da Capela Sistina, sinalizando que a decisão foi tomada.
Caso não haja consenso, a fumaça é preta, indicando que a eleição ainda está em andamento. Apenas cardeais com menos de 80 anos e com direito a voto participarão da escolha. O conclave, que deve ocorrer entre 15 e 20 dias após o período de luto, reunirá 135 cardeais eleitores para a escolha do 267º papa da história da Igreja Católica.
Especialistas apontam diversos cardeais como possíveis sucessores, divididos entre perfis progressistas, moderados e conservadores.
Pietro Parolin (Itália): Atualmente, é o Secretário de Estado do Vaticano e ocupa a posição de cardeal-bispo eleitor. Conhecido por sua habilidade diplomática e visão moderada, é visto como um candidato forte para manter a continuidade do pontificado anterior.
Matteo Zuppi (Itália): Arcebispo de Bolonha, é reconhecido por seu compromisso com a justiça social e pela promoção do diálogo inter-religioso. Foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2019.
Luis Antonio Tagle (Filipinas): Arcebispo de Manila, é considerado um dos principais representantes do catolicismo asiático e é visto como um possível primeiro papa asiático. Sua popularidade e perfil pastoral o colocam entre os favoritos para o papado.
Michael Czerny (Canadá): Cardeal canadense, é conhecido por seu trabalho em questões sociais e ambientais, alinhando-se com a ênfase do Papa Francisco em temas como justiça social e cuidado com a criação.
Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo): Arcebispo de Luxemburgo, é reconhecido por seu compromisso com a inclusão e os direitos humanos, sendo uma figura influente na Igreja Europeia.
Pierbattista Pizzaballa (Israel/Palestina): Patriarca latino de Jerusalém, tem experiência significativa em questões inter-religiosas e no Oriente Médio, sendo visto como uma opção moderada para o papado.
Timothy Dolan (EUA): Arcebispo de Nova York, é conhecido por seu estilo comunicativo e liderança na Igreja dos Estados Unidos. Embora moderado, é considerado uma opção viável para o papado.
Robert Sarah (Guiné): Cardeal guineano, é conhecido por suas posições conservadoras em questões litúrgicas e sociais. Sua candidatura ao papado reflete a ala mais tradicional da Igreja.
Gerhard Ludwig Müller (Alemanha): Ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, é uma figura proeminente na ala conservadora da Igreja, conhecido por suas críticas às posições mais progressistas do pontificado anterior.
Raymond Leo Burke (EUA): Cardeal americano, é uma das figuras mais conservadoras da Igreja, conhecido por suas opiniões firmes sobre doutrina e liturgia.
O Brasil conta com diversos cardeais que podem ser considerados para o papado, incluindo:
Dom Odilo Scherer: Arcebispo de São Paulo, foi cotado como possível papa no conclave de 2013.
Dom Orani João Tempesta: Arcebispo do Rio de Janeiro, teve papel de destaque na Jornada Mundial da Juventude de 2013.
Dom Paulo Cezar Costa: Arcebispo de Brasília, é um dos cardeais mais jovens, com apenas dois anos no cargo.
Dom Leonardo Ulrich Steiner: Arcebispo de Manaus, representa a região amazônica e foi nomeado cardeal em 2022.
Dom Sérgio da Rocha: Arcebispo de Salvador, com carreira notável na Igreja.
Dom Jaime Spengler: Arcebispo de Porto Alegre, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Dom João Braz de Aviz: Ex-prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, é reconhecido por sua atuação na Santa Sé.
A eleição papal é um processo complexo e imprevisível, influenciado por diversos fatores, incluindo a dinâmica interna da Igreja e o contexto global. Embora alguns cardeais se destaquem como favoritos, a escolha final dependerá das deliberações do Colégio Cardinalício durante o conclave.
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