O uso de cerol, uma mistura cortante de vidro moído e cola aplicada em linhas de pipas, continua sendo uma prática proibida e perigosa em Itajaí. A ação de fiscalização realizada pela Vigilância Sanitária na última segunda-feira (17), a pedido do prefeito Robison Coelho (PL), visou combater o comércio de produtos relacionados a essa prática, que oferece risco de morte. Durante a fiscalização, foram apreendidas colas especiais para o preparo do cerol em um dos estabelecimentos que comercializam pipas e linhas.
A Lei Municipal nº 3895, promulgada em 25 de abril de 2003, proíbe o uso do cerol ou qualquer outro material cortante nas linhas de pipas e nas rabiolas. A legislação impõe uma multa de R$ 2.413,00 para quem for flagrado utilizando essa substância em suas linhas. Se a infração for cometida por menores de idade, os pais ou responsáveis serão responsabilizados pelas consequências dos atos. Além disso, quem for pego produzindo, comercializando ou armazenando cerol poderá ser multado em R$ 12.065,00, valor que dobra em caso de reincidência.
A fiscalização ocorre em um momento crítico, após dois casos graves envolvendo o uso de cerol na região. No início deste mês, o jovem Luiz Eduardo, de 21 anos, morreu ao ser atingido por uma linha de cerol enquanto pilotava sua moto na BR-470, em Navegantes, com sua esposa na garupa. Há quase quatro anos, outro jovem, Lucas, também faleceu de forma semelhante, vítima de uma linha cortante na mesma rodovia.
Em Itajaí, a tragédia mais recente envolveu um menino de 8 anos, que foi gravemente eletrocutado no sábado (15) enquanto soltava pipa no bairro São Vicente. A linha da pipa se enroscou em fios de alta tensão, provocando o rompimento da rede elétrica e atingindo a criança. O pai do garoto tentou socorrê-lo, mas acabou sendo também eletrocutado, sofrendo ferimentos no corpo e na cabeça. A mãe, que testemunhou o acidente, também se feriu. O vendedor de pipas responsável pela venda do material não foi identificado, e o caso segue sob investigação.
Com o aumento dos acidentes graves, as autoridades reforçam a importância de combater o uso do cerol e alertam para os riscos associados à prática, que coloca em perigo não apenas quem empina pipas, mas toda a comunidade ao redor.
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