Nesta quinta-feira (30), a Polícia Civil deflagrou a terceira fase da operação "Falso Profeta", que investiga um esquema de golpes aplicado em igrejas por todo o Brasil. Um dos alvos da ação foi um influenciador digital, contra o qual foi cumprido um mandado de busca e apreensão em um endereço localizado na zona Sul de Joinville. O grupo investigado utilizava lideranças religiosas para convencer fiéis a fazer depósitos em troca de promessas de lucros exorbitantes, como o retorno de um octilhão de reais a partir de um investimento inicial de apenas R$ 25,00. Em outra modalidade do golpe, as vítimas eram induzidas a acreditar que um investimento de R$ 2 mil resultaria em um retorno de 350 bilhões de centilhões de euros.
A operação, que faz parte da terceira fase da investigação, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em sete estados: Santa Catarina, Distrito Federal (DF), Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná e São Paulo. Ao todo, cinco líderes religiosos, advogados e influenciadores digitais são suspeitos de integrar o esquema que, segundo estimativas, lesou mais de 50 mil pessoas no Brasil e no exterior. O total movimentado pelo grupo é superior a R$ 156 milhões, com práticas criminosas que incluem estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.
Durante a operação, foram apreendidos celulares e computadores, além do cumprimento de uma ordem judicial que resultou no bloqueio das redes sociais do influenciador. A ação teve como base investigações iniciadas em 2023, quando a polícia prendeu uma pastora em Jaraguá do Sul, também envolvida no golpe.
O trabalho investigativo foi coordenado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), com apoio das polícias civis de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Delegacia de Combate a Estelionatos (DCE/DIC Joinville) e da 5ª Delegacia de Polícia de Joinville.
Este caso evidencia o uso da fé e da confiança religiosa para enganar milhares de pessoas, configurando um golpe sofisticado, que combinava o poder de influência nas redes sociais com a credibilidade de líderes religiosos, visando enriquecimento ilícito às custas da vulnerabilidade emocional de suas vítimas. A operação "Falso Profeta" segue com a missão de desmantelar a organização criminosa e responsabilizar todos os envolvidos.
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