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Governo Lula aposta em foguetes para impulsionar o Brasil no mercado espacial

Nova estatal brasileira aposta na exploração espacial em meio a ceticismo sobre viabilidade.

06/01/2025 às 12h59 Atualizada em 06/01/2025 às 13h39
Por: Tiago Francisco
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Foto - IA
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Em um movimento audacioso, o governo brasileiro anunciou a criação da estatal Alada, destinada a lançar foguetes e satélites, de olho no mercado espacial global, que deve movimentar US$ 1,8 trilhão até 2035. A proposta foi aprovada pelo Congresso em dezembro de 2024 e visa explorar comercialmente o lançamento de satélites a partir da base de Alcântara, no Maranhão, aproveitando a localização estratégica do Brasil próximo à linha do Equador.

A Alada será subsidiária da NAV Brasil, empresa responsável pela navegação aérea no país, e busca atrair parcerias com investidores privados. O objetivo é colocar o Brasil no mapa do crescente setor aeroespacial, que já conta com gigantes como SpaceX e Blue Origin. No entanto, a iniciativa levanta questionamentos sobre a capacidade do país de competir em um mercado tão tecnológico e intensivo em capital.

Essa não é a primeira tentativa brasileira de ingressar no mercado espacial. Em 2006, também sob o governo Lula, a estatal Alcântara Cyclone Space foi criada com o mesmo propósito, mas acumulou um prejuízo de R$ 500 milhões e encerrou as atividades sem realizar sequer um lançamento. O fantasma desse fracasso ainda paira sobre a nova empreitada, aumentando o ceticismo.

Apesar da localização privilegiada da base de Alcântara, que reduz custos de lançamentos, o orçamento brasileiro para o setor é limitado, com cerca de R$ 600 milhões anuais. Esse valor é modesto comparado aos bilhões de dólares que potências globais, como Estados Unidos e China, investem anualmente. Além disso, a ausência de um planejamento detalhado sobre as operações da Alada e a falta de transparência não agradam especialistas.

Ainda assim, o governo acredita que a Alada pode mudar o jogo, trazendo divisas e consolidando o Brasil como um player relevante no mercado aeroespacial. A promessa é atrair capital estrangeiro e, ao mesmo tempo, fomentar a indústria tecnológica nacional, criando empregos e gerando inovação.

Resta saber se o Brasil conseguirá superar os desafios financeiros e tecnológicos para decolar nessa empreitada ou se ficará, mais uma vez, preso à gravidade das limitações históricas e estruturais.

 

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