Um acidente envolvendo um barco do tipo catamarã deixou uma bebê de 8 meses morta e outras três pessoas feridas na tarde deste domingo (15), em São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina. O incidente ocorreu por volta das 13h30, na Praia do Capri, após uma tempestade com fortes rajadas de vento. A embarcação que virou levava 14 passageiros e um tripulante.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o catamarã partiu da Marina Porto do Sol, em Joinville, às 10h15. O barco é um modelo utilizado com frequência para fins turísticos, devido à sua estrutura larga e estável. Durante a manhã e o início da tarde, os passageiros aproveitavam o passeio em condições climáticas consideradas normais.
Porém, às 13h30, uma tempestade repentina atingiu a região, causando ondas fortes e ventos intensos. Testemunhas relataram que o barco emborcou devido às rajadas. No momento do acidente, a bebê estava no colo da mãe, no deck superior da embarcação, e desapareceu nas águas agitadas.
As buscas foram iniciadas imediatamente pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar de Santa Catarina. Mergulhadores utilizaram equipamentos emprestados por um morador local para realizar buscas superficiais e subaquáticas. Cerca de uma hora depois, às 15h23, a bebê foi localizada em baixo da embarcação, em estado de afogamento grau 6, caracterizado por parada cardiorrespiratória.
A criança foi retirada da água e recebeu atendimento imediato ainda no local. Inicialmente, seria encaminhada ao Hospital Nossa Senhora das Graças, em São Francisco do Sul. No entanto, devido à gravidade do caso, a equipe do helicóptero Águia da Polícia Militar optou por levá-la ao Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville, que possui UTI pediátrica. Apesar dos esforços das equipes de resgate e do hospital, a bebê não resistiu e teve o óbito confirmado no fim da tarde.
Além da bebê, outras três pessoas ficaram feridas. Um menino de 3 anos foi atendido com grau 1 de afogamento e passa bem. Uma mulher de 36 anos sofreu um corte profundo no pé esquerdo, enquanto outra, de 37 anos, relatou dores na cabeça.
O corpo da criança foi levado ao Crematório Catarinense, em Joinville, onde o velório teve início na manhã desta segunda-feira (16). O horário da cremação ainda não foi divulgado pela família.
Resgate Capri Águia 01 PMSC (15/12/2024). Vídeo - Divulgação
A tempestade que causou o acidente foi descrita pela Defesa Civil de Santa Catarina como um evento convectivo, comum durante o verão. Segundo o órgão, o calor intenso, com temperaturas entre 33ºC e 36ºC, aliado à alta umidade, favoreceu o desenvolvimento rápido do temporal. O ciclone subtropical Biguá, localizado no Rio Grande do Sul, também contribuiu para a instabilidade na região Norte de Santa Catarina.
Apesar de os riscos para tempestades terem sido classificados como baixos no dia do acidente, os temporais convectivos são conhecidos por sua formação rápida e localizadas, o que dificulta o monitoramento e a emissão de alertas preventivos.
A Delegacia da Capitania dos Portos em São Francisco do Sul abriu um inquérito administrativo para apurar as causas e responsabilizações do incidente. O prazo inicial para conclusão é de 90 dias, prorrogável conforme a complexidade da investigação. Entre os pontos a serem analisados estão a regularidade da embarcação, a experiência do condutor, as condições climáticas e possíveis falhas de segurança.
A Marinha do Brasil afirmou que também verificará se houve algum alerta meteorológico desconsiderado ou negligência na execução do passeio. Paralelamente, a Polícia Civil foi acionada para contribuir com as apurações.
A Praia do Capri é um dos destinos mais procurados do Litoral Norte catarinense para passeios de barco, especialmente na alta temporada. Conhecida por suas águas tranquilas em condições normais, a praia atrai turistas em busca de experiências náuticas.
Imagens mostram o tempo e a agitação no mar pouco depois da tragédia com embacarção:
Vídeo - Reprodução/Redes Sociais
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