Depois de três semanas do 1º turno, milhões de brasileiros de 51 cidades — incluindo 15 capitais — voltaram às urnas ontem para votar para prefeito.
Milhões foram… mas outros milhões não foram. A abstenção foi de 29%, marcando a segunda maior taxa da história, perdendo apenas para a eleição na pandemia.
Números de prefeituras por partido no Brasil
MDB - 854
PP - 747
UNIÃO - 584
PL - 516
REP - 435
PSB - 309
PSDB - 274
PT - 252
PDT - 151
Dentre os 5.569 municípios do país, PSD e MDB foram as legendas que mais elegeram prefeitos no Brasil, além de também terem eleito o maior número de comandantes nas capitais — 5 para cada.
Vira, vira, virou: Ainda falando em capitais, 5 delas tiveram viradas eleitorais, ou seja, candidatos que terminaram o 1º turno na liderança não conseguiram se manter na primeira posição no 2º turno.
Fortaleza — que colocou PT e PL frente a frente — foi a disputa mais acirrada. O petista Evandro Leitão se elegeu com 50,38% dos votos, só 0,7% a mais do que André Fernandes. A diferença entre eles foi de 10,8 mil pessoas.
Giro por outras principais capitais
São Paulo: Apoiado por Bolsonaro e Tarcísio, Nunes venceu em todas as zonas onde Marçal ganhou no 1º turno e se reelegeu prefeito da maior cidade brasileira com 59,35% dos votos — derrotando Boulos, que tinha Lula no palanque, e terminou com 40,65%. A votação ficou marcada por uma acusação do Tarcísio de que teria informações sobre o PCC estar orientando voto em Boulos — que, por sua vez, foi à Justiça contra o governador e contra Nunes.
Belo Horizonte: O atual prefeito Fuad Noman conseguiu a reeleição com 53,73% dos votos. O candidato do PSD contou com o apoio de Lula e derrotou Bruno Engler, do PL, que foi apoiado por Bolsonaro e terminou com 46,27% dos votos.
Porto Alegre: Confirmando o favoritismo do 1º turno, Sebastião Melo se reelegeu com uma ampla vantagem contra a Maria do Rosário. Na contagem, o candidato do MDB teve 61,53% dos votos contra 38,47% da candidata petista. Manaus: Marcando mais uma reeleição, David Almeida foi reeleito com 54,59% dos votos contra 45,41% de Capitão Alberto Neto na capital amazonense.
Para conferir todos os prefeitos eleitos, clique aqui.
Números de prefeituras por partido em SC
PL - 90
MDB - 70
PP - 53
PSD - 41
PSDB - 13
UNIÃO - 9
PT - 7
REP - 4
NOVO - 3
PODE - 3
CID - 2
A popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e a articulação do governador Jorginho Mello fizeram o PL dar um salto histórico em Santa Catarina nas eleições municipais deste ano. O partido conquistou 90 das 295 prefeituras catarinenses e tirou o MDB da liderança em número de municípios governados – posição que ostentava desde os anos 1990.
Em nível nacional, no entanto, o PL não teve o mesmo desempenho. No primeiro turno, ficou em quinto lugar no ranking de prefeitos eleitos – à frente do PT, que ficou em nono, mas bem atrás de MDB e PSD, as únicas legendas que elegeram mais de 800 prefeitos.
Prof. Helle Borges sobre a queda da polarização no Brasil
Sobre a ascensão do chamado “centrão”, o Professor Helle Borges comentou nesta manhã que o eleitorado tem mostrado uma tendência de fugir da polarização política. Ele destacou que esse movimento começou a se delinear já em 2022 e foi consolidado agora, em 2024, especialmente após o segundo turno das eleições. Confira na íntegra:
Vídeo: Jornal da Cidade - 1ª Edição (28/10/2024)
E o que tudo isso significa?
Historicamente, as eleições municipais são uma boa prévia das eleições presidenciais de dois anos depois.
Considerando a principal cidade brasileira, a esquerda terá dificuldade para definir o sucessor de Lula depois da segunda derrota de Boulos entre os paulistanos. No outro campo, o apoio de Bolsonaro e Tarcísio se fez valioso.
Enquanto isso, a exemplo de Curitiba, Bolsonaro não pôde apoiar todos os seus candidatos preferidos, para preservar alianças feitas por Valdemar da Costa Neto, presidente do PL — o que mostra certa “saia justa” do ex-presidente.
Resumo da ópera: Desde 2016, as eleições municipais mostram uma tendência de inclinação do eleitorado à direita, mas que não impediu Lula de voltar à Presidência em 2022, que agora procura um novo líder enquanto Bolsonaro continua inelegível.
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