Na manhã desta quarta-feira, 16 de outubro, a Polícia Militar de Tijucas deu um importante passo na busca por justiça ao prender Tiago Vargas Pettirini, mais conhecido como “Gaúcho”. Ele é acusado de perseguir e assassinar o corretor de imóveis Éder Rezini, crime que chocou a região.
A abordagem ocorreu na Rua Monsenhor Augusto Zuco, no Centro de Tijucas, nas proximidades do Supermercado Koch. Pettirini estava acompanhado por uma mulher em um carro preto. Ao ser cercado pela polícia, ele não ofereceu resistência à prisão, evidenciando que, apesar da gravidade das acusações, a situação foi contida sem mais incidentes.
De acordo com o advogado de Pettirini, Marcos José Campos Cattani, o empresário já havia agendado sua apresentação ao juiz da Vara Criminal Luiz Carlos Vailati Júnior e à unidade prisional para as 9h da manhã. No entanto, antes que pudesse se apresentar, Tiago foi reconhecido por populares, o que levou à rápida ação policial.
Está programada uma audiência de custódia para esta tarde em Balneário Camboriú, onde o juiz deverá avaliar a legalidade da prisão e decidir sobre a manutenção da detenção de Pettirini. Este será um momento decisivo para o andamento do processo, e a expectativa é grande tanto para a família de Éder Rezini quanto para a população de Tijucas, que aguarda justiça e a elucidação dos fatos que levaram ao assassinato brutal.
Vídeo - Reprodução/PMSC
Relembre
O que começou como um desentendimento de trânsito evoluiu para um dos crimes mais chocantes registrados nos últimos anos em Tijucas, cidade da Grande Florianópolis. O corretor de imóveis Éder Rezini, de 40 anos, foi assassinado a sangue frio no último sábado, 5 de outubro, após uma perseguição que culminou na casa de seus pais. O suspeito, o empresário Tiago Vargas Pettirini, conhecido como “Gaúcho”, de 36 anos, efetuou os disparos fatais na frente de familiares, incluindo a filha pequena da vítima.
A confusão teve início na Rua Geral Oliveira, onde Rezini e Pettirini teriam se desentendido no trânsito. Porém, o episódio violento alcançou seu ápice quando Pettirini, dirigindo um Citröen C3, perseguiu Rezini até a casa de seus pais, onde o confronto final ocorreu.
Mesmo com os apelos desesperados da esposa de Pettirini e da mãe de Rezini para que o empresário não disparasse, ele efetuou pelo menos dois tiros, atingindo o corretor no peito. Testemunhas que estavam presentes no local relataram momentos de horror, vendo Rezini cambalear após ser baleado e tentar buscar refúgio na casa dos pais. Infelizmente, ele não resistiu e morreu nos braços de sua mãe.
O crime foi presenciado por várias pessoas, incluindo crianças, o que intensificou o clima de consternação na cidade. A filha de Rezini, que estava junto durante o episódio, também assistiu à tragédia, ampliando ainda mais o sofrimento da família.
A brutalidade do crime e a frieza com que foi executado, em plena luz do dia e na presença de familiares, deixou a cidade de Tijucas e região da Costa Esmeralda em estado de choque. Moradores expressaram indignação nas redes sociais e em manifestações públicas, exigindo justiça para a vítima.
Contradições na versão do suspeito
Tiago Pettirini se apresentou à polícia três dias após o crime, na tentativa de evitar a prisão em flagrante. Em depoimento, ele alegou que agiu em legítima defesa, afirmando que Rezini o teria atacado com um facão durante a discussão. Contudo, a perícia desmentiu essa versão, apontando inconsistências no relato do empresário.
De acordo com os peritos, os tiros foram disparados de cima para baixo, indicando que Pettirini teve total controle da situação. Além disso, nenhuma arma branca foi encontrada no local, invalidando a alegação de legítima defesa. Testemunhas também não confirmaram a versão apresentada por Pettirini, reforçando a hipótese de que o ato foi premeditado, já que ele perseguiu a vítima até o local do crime.
A versão contraditória, somada às evidências técnicas, levou a Polícia Civil a solicitar a prisão preventiva do empresário. Na última sexta-feira, 11 de outubro, a Justiça atendeu ao pedido e decretou a prisão de Pettirini, que passou a ser considerado foragido.
Detalhes da Perseguição e morte
Na noite do crime, Éder havia ido ao supermercado. No trajeto, houve uma discussão com o suspeito por conta de uma manobra no trânsito, momento em que o criminoso, mesmo acompanhado da esposa e da filha de colo, seguiu a vítima, apontou a investigação.
Ao chegar na residência dos pais, Éder desceu do carro, retirou algumas sacolas com a ajuda da filha e foi abordado por Tiago. Sem chance de defesa, foi atingido por tiros, afirma o Ministério Público.
A mãe de Éder gritou para o assassino e pediu para que ele não disparasse mais, assim como a esposa do autor, mas não adiantou. Com a arma próxima ao peito da vítima, ele atirou mais de uma vez. Ensanguentado, Éder correu para dentro de casa e morreu nos braços da mãe, diante da filha e do sobrinho.
A mulher contou em depoimento que na hora de disparar, o motorista disse a Éder que ele “não fecharia mais ninguém [no trânsito]”.
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