Hoje, 26 de setembro, celebra-se o Dia Nacional do Surdo. No Brasil, o discurso sobre inclusão é frequente, mas a prática conta uma história diferente. Muitas autoridades, que se dizem defensoras da inclusão, não sabem sequer um "A" em LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais. Essas mesmas pessoas que desejam cargos públicos para "promover acessibilidade" em suas campanhas raramente investigam quantos profissionais capacitados realmente estão atuando nas escolas ou nos serviços públicos de seus municípios. A promessa de inclusão, infelizmente, parece ser apenas mais um slogan vazio.
A razão? Talvez seja porque os surdos não são vistos como uma base eleitoral volumosa ou influente. Talvez, para essas figuras públicas, a comunidade surda não seja útil para manipular ou conquistar votos em massa. Em cidades como Itapema, entidades que se proclamam defensoras da inclusão sequer mencionaram o Dia do Surdo em suas redes sociais. Nenhum post, nem um story para conscientizar a população sobre a realidade dessa comunidade. No entanto, são rápidas em compartilhar fotos de reuniões públicas com pessoas com deficiência, tentando manter as aparências de que estão, de fato, engajadas com a causa.
A pergunta que devemos fazer é: quem essas entidades realmente estão tentando enganar?
Durante períodos eleitorais, ouvimos belos discursos em prol da acessibilidade. Promessas de inclusão social surgem como um mantra que se repete a cada quatro anos. Mas, assim que as eleições acabam, essas mesmas vozes se silenciam. Entidades locais que só se manifestam quando é conveniente revelam a face de uma sociedade que "compra a briga" apenas quando lhe traz benefícios.
Pais de crianças surdas, ou de qualquer outra pessoa com deficiência, não se deixem iludir por promessas vazias. Não votem por favores pequenos ou meros aparelhos auditivos. Perguntem-se: aqueles que pedem seu voto realmente conhecem a luta diária da comunidade surda? Sabem que nem todo surdo é mudo? Que LIBRAS é uma língua, com sua própria estrutura gramatical e não apenas uma linguagem gestual? Sabem que muitos surdos podem ser mais alfabetizados e intelectualmente desenvolvidos do que aqueles que falam?
A verdadeira inclusão não pode ser apenas lembrada em datas específicas, como o Dia do Surdo. Inclusão é algo para ser vivido e promovido diariamente, como um compromisso inabalável, uma prática contínua. Não podemos nos contentar com promessas superficiais ou discursos ensaiados. Precisamos de ações reais, de líderes que conhecem a causa de perto, que colocam suas mãos na massa, que não se escondem atrás de reuniões ou eventos de fachada.
Isso aqui reflete sobre a realidade dos surdos no Brasil, mas a mensagem vai além. Ela se aplica a todas as deficiências e a todas as promessas de inclusão que escutamos ao longo do ano. Vote com consciência, e lembre-se de escolher aqueles que já demonstraram com ações, e não apenas palavras, que estão comprometidos com a causa que você e sua família defendem. Chega de hipocrisia!
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