Não é raro no dia a dia do jornalismo policial que profissionais se deparem com comentários questionando o uso da palavra ‘suspeito’. Frases revoltadas como “vocês, jornalistas, vivem protegendo esses vagabundos”, são comuns. O que, para muitos, é difícil de entender, é facilmente explicado.
O uso da palavra "suspeito" no jornalismo, mesmo quando há testemunhas que afirmam ter visto alguém cometer um crime, é uma questão de ética, imparcialidade e conformidade com os princípios legais e de presunção de inocência. Existem algumas razões principais para isso:
Presunção de Inocência: A Constituição e os sistemas jurídicos de muitos países garantem que toda pessoa é inocente até que se prove o contrário em um tribunal. Mesmo que testemunhas ou outras evidências pareçam incriminadoras, o julgamento formal deve ocorrer para que a pessoa seja considerada culpada. Até esse momento, legalmente, ela é um "suspeito".
Evitar Difamação: Se o jornalismo afirmar diretamente que alguém cometeu um crime antes do veredito judicial, isso pode resultar em processos por difamação ou calúnia. Mesmo que o acusado seja condenado mais tarde, o jornalismo responsável deve relatar com cautela para evitar acusar sem provas formais.
Credibilidade e Imparcialidade: O uso de termos como "suspeito" demonstra o compromisso do jornalismo em relatar os fatos de maneira imparcial, sem antecipar o julgamento. Isso fortalece a credibilidade do veículo de comunicação ao evitar julgamentos prematuros.
Possibilidade de Erros Judiciais: Em alguns casos, testemunhas podem estar erradas ou evidências podem ser mal interpretadas. Ao se referir a alguém como "suspeito", o jornalismo deixa espaço para possíveis erros no curso da investigação ou julgamento.
Portanto, o uso de "suspeito" protege tanto os direitos legais do indivíduo quanto a integridade e imparcialidade do jornalismo, mantendo o respeito pelo sistema de justiça e pelos direitos individuais.
A Rádio Cidade 104.1FM sempre busca atuar com o mais alto nível de profissionalismo em suas reportagens, prezando pela precisão e imparcialidade nas informações transmitidas. Esperamos que nossos ouvintes e leitores compreendam que, ao utilizarmos o termo "suspeito" ao nos referirmos a uma pessoa envolvida em um crime, isso não significa que estamos poupando ou defendendo essa pessoa. Pelo contrário, estamos cumprindo nosso dever de informar com ética, respeitando a presunção de inocência e seguindo os princípios legais que garantem a justiça para todos. Nosso compromisso é ser profissional e fiel aos fatos.
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