Setembro é o mês em que os gaúchos de todas as querências cultivam as tradições do Rio Grande do Sul. Em Balneário Camboriú, não será diferente. A partir desta sexta-feira (13), às 18h, iniciou o 12º Acampamento Farroupilha, com música nativista, comida típica e danças folclóricas.
Com entrada gratuita, o evento se estenderá até o dia 22 de setembro, em um espaço especialmente preparado na Avenida do Estado, esquina com a Rua 904, bem em frente à Praça das Bandeiras. Durante os dez dias de festividades, 18 grupos tradicionalistas terão a missão de representar o espírito gaúcho, preparando e vendendo pratos típicos que celebram os sabores do sul e apresentando o folclore local aos visitantes. A cada noite, o público poderá desfrutar de shows musicais e bailes que prometem agitar os corações tradicionalistas e admiradores da cultura sulista.
Entre as atrações musicais de destaque estão artistas consagrados como Pedro Ortaça – escolhido como patrono dos Festejos Farroupilhas de 2024 no Rio Grande do Sul – além de Érlon Péricles, Pirisca Grecco e Carlos Magrão. A programação inclui, pela primeira vez, um show internacional com a renomada cantora e compositora uruguaia Catherine Vergnes, reforçando a forte conexão entre a cultura gaúcha e os países vizinhos da América do Sul.
Um dos pontos altos da festa foi o tradicional Desfile Farroupilha, realizado no sábado (14), às 14h, com uma cavalgada pelas principais ruas de Balneário Camboriú. O evento teve início na Praça das Bandeiras e contou com a presença ilustre do cantor Marcelo Oliveira, atraindo grande público para prestigiar o desfile. Além disso, o festival Terral da Canção Nativista está na programação, premiando composições de destaque, e o Balne’Art trará cerca de mil participantes para competições de dança, declamação e música.
Organizado pela Prefeitura de Balneário Camboriú, por meio da Fundação Cultural, e com o apoio da Fundação Catarinense de Cultura, o Acampamento Farroupilha é um dos eventos culturais mais importantes da cidade. Em 2023, o evento estabeleceu um recorde de público, atraindo mais de 120 mil pessoas durante seus dias de festa. Para a edição deste ano, a expectativa é atingir números semelhantes, consolidando o Acampamento como um marco no calendário cultural da cidade.
Os festejos de setembro são uma homenagem à Revolução Farroupilha (também conhecida como Guerra dos Farrapos), um dos conflitos mais marcantes da história do Brasil. A revolução, que começou em 20 de setembro de 1835, no Rio Grande do Sul, e se estendeu por uma década, até 1845, também envolveu partes de Santa Catarina. Movida por questões econômicas e políticas, a revolta foi um dos maiores exemplos de resistência ao governo imperial no Brasil, sendo considerada uma das mais longas rebeliões do país. Até hoje, a data de 20 de setembro é feriado no Rio Grande do Sul, conhecido como o Dia do Gaúcho, uma celebração da cultura e da identidade do povo sulista.
Vídeo - Divulgação
*Spoiler: Fique atento à programação da Rádio Cidade 104.1FM, em breve, novidades que animarão a cultura gaúcha!
Programação completa do 12º Acampamento Farroupilha
Sexta-feira (13)
– 19h: É Balanço
– 20h30: Daniel Silva
– 22h: Grupo Gaitaço
Sábado (14)
– 14h: Desfile Farroupilha, com cavalgada com a presença do cantor Marcelo Oliveira
– 17h: Chegada do desfile
– 18h: Ricardo Bergha
– 19h30: Terral da Canção Nativista
– 21h30: Abertura oficial
– 22h: Volnei Gomes e Grupo Cantando o Rio Grande
Domingo (15)
– 10h: Rancho de Taura/ Osmar Fernandes
– 12h45: Marcelo Oliveira
– 16h: Luiza Barbosa
– 18h: Juliano Moreno
– 19h30: Final Terral da Canção Nativista
– 22h: Os Farrapos
Segunda-feira (16)
– 19h30: Érlon Péricles/Pirisca Grecco/Ângelo Franco
– 21h30 Campo Afora
Terça-feira (17)
– 20h: Legião Gaúcha
– 21h30: Daniel Hack
Quarta-feira (18)
– 20h: Osmar Fernandes
– 22h: Grupo Quero-Quero
Quinta-feira (19)
-19h10: Trancão de Baile
– 21h: Catherine Vergnes
– 22h30: Carlos Magrão
Sexta-feira (20)
– 5h: Alvorada Farroupilha (Mateada, assado e guitarreada)
– 19h: Grupo Campeiraço
– 20h30: André Teixeira
– 22h: Grupo Sarandeio
Sábado (21)
– 9h: Balne’Art
– 12h45: Luciano Guarise
– 13h45 – 19h: Balne’Art
– 20h: Pedro Ortaça
– 22h: Grupo Maragatos
Domingo (22)
– 9h: Balne’Art
– 12h45: Jucelino Machado
– 13h45 – 19h: Balne’Art
– 19h: César Oliveira e Rogério Melo
– 21h: Som do Sul
– 23h: Encerramento
História
A Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, foi um dos mais longos e importantes conflitos da história do Brasil, ocorrendo entre 1835 e 1845. O movimento teve início no Rio Grande do Sul, motivado principalmente por questões fiscais e políticas. Os estancieiros gaúchos estavam insatisfeitos com os altos impostos sobre produtos como o charque (carne seca), um dos principais itens da economia local, e pela falta de apoio do governo imperial para proteger os produtores nacionais da concorrência estrangeira, especialmente do Uruguai e da Argentina.
Liderada por figuras como Bento Gonçalves, Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, a revolução tinha como objetivo, inicialmente, a separação do Rio Grande do Sul do Brasil e a criação de uma república independente. Em 1836, os farrapos proclamaram a República Rio-Grandense na cidade de Piratini, que chegou a ter uma constituição própria e um governo organizado.
Além das questões econômicas, a Revolução Farroupilha também refletia o desejo de maior autonomia para as províncias, em um contexto de centralização do poder por parte do Império brasileiro. A guerra, porém, não ficou restrita ao Rio Grande do Sul. Em 1839, os farrapos invadiram Santa Catarina e proclamaram a República Juliana, com apoio de Garibaldi, estendendo o conflito para o litoral.
A guerra terminou em 1845, com a assinatura do Tratado de Poncho Verde, que garantiu aos revoltosos uma anistia e a integração pacífica do Rio Grande do Sul ao Brasil. Entre os acordos, estavam a manutenção das patentes militares dos líderes farrapos e a redução dos impostos sobre o charque. Apesar de não terem conseguido a independência, os farroupilhas saíram da guerra com importantes vitórias políticas e a Revolução Farroupilha entrou para a história como um símbolo de luta pela liberdade e autonomia no Brasil.
Hoje, o 20 de setembro, data de início da revolução, é celebrado no Rio Grande do Sul como o Dia do Gaúcho, homenageando a cultura e o espírito de resistência do povo sulista.
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