A Polícia Civil anunciou em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (23) que Anderson Bonetti, sócio do influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, tentou se esconder para evitar a prisão. Bonetti foi encontrado vivendo em um quarto de hotel em Bombinhas, Santa Catarina, na segunda-feira (22). Além disso, o carro que ele usava era alugado, e ele evitava sair na rua para não ser reconhecido.
"Evitava sair na rua e ter circulação pública. Apesar de fotos dele não circularem tanto como a do sócio, a imagem dele já circulava pelas redes sociais", relatou o delegado Fernando Sodré, chefe de polícia no Rio Grande do Sul.
Bonetti está sendo acusado do mesmo crime que Nego Di: estelionato. Ambos são réus por gerirem uma loja virtual que não entregava os produtos comprados pelos clientes. Pelo menos 370 vítimas foram identificadas, com um prejuízo estimado em R$ 5 milhões. Além disso, Bonetti também é suspeito de desviar cerca de R$ 30 milhões de uma empresa no Rio Grande do Sul.
Transferência e Procedimentos
Bonetti foi transferido de Santa Catarina para o Rio Grande do Sul na segunda-feira e está atualmente na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Canoas. Ele deve ser interrogado antes de ser encaminhado para uma unidade prisional. A Justiça do Rio Grande do Sul já havia expedido um mandado de prisão contra ele na mesma operação que resultou na prisão de Nego Di, em 14 de julho.
Operação da Loja Virtual
Bonetti e Nego Di eram sócios na empresa "Tadizuera", que operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022, quando a Justiça determinou que a página fosse retirada do ar. Nego Di promovia os produtos da loja em seus perfis nas redes sociais, oferecendo itens como aparelhos de ar condicionado e televisores a preços abaixo do mercado. No entanto, os produtos nunca eram entregues aos consumidores.
"É uma pessoa que tem conhecimento dessa área e usa, infelizmente, para aplicar golpes. Desviou milhões de uma empresa dessa forma. E Dilson era quem divulgava [a loja]", explicou Sodré.
Anderson Bonetti já havia sido preso por estelionato em 2022 na Paraíba, onde foi processado por sócios de uma empresa de rastreamento veicular com sede em Guarabira, a 100 km de João Pessoa.
Réu por estelionato
Em 14 de junho, o influenciador foi acusado de estelionato. A 2ª Vara Criminal de Canoas aceitou a denúncia e tornou Nego Di réu em um processo judicial por suspeita de não entregar produtos vendidos em uma loja virtual da qual seria sócio.
"Eles comercializavam, através de uma loja virtual, diversos produtos, principalmente televisões, telefones e ar condicionados, com preços abaixo do valor de mercado e sempre se utilizando da popularidade do influencer para conferir credibilidade às promoções, sem promover a entrega dos bens às vítimas e nem ressarci-las dos valores pagos", diz o MP.
Segundo a Justiça, Nego Di é acusado de praticar 17 vezes crimes de estelionato qualificado pela fraude eletrônica. Um sócio do influenciador também foi acusado pelo MP.
Menos de um mês após a denúncia, no dia 12 de julho, o influenciador foi alvo de uma operação do MP por suspeita de lavagem de R$ 2 milhões supostamente obtidos em rifas virtuais.
Preso em Canoas
A Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), onde Nego Di está preso, tem celas com capacidade para oito pessoas, com espaço para a higiene pessoal e fisiológicas.
Segundo a Polícia Penal do RS, todas as pessoas privadas de liberdade da unidade utilizam uniforme. O presídio conta com bloqueadores de sinal de telefonia.
Os apenados contam com espaço para exposição ao sol e para refeições. A Pecan dispõe de assistências como educação, trabalho e religião. Duas vezes por semana, familiares podem fazer visitas aos internos.
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