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Itapema, SC

Policial Fraude imobiliária

Operação desarticula grupo gaúcho que vendia ilegalmente imóveis milionários de Itapema

Cinco presos e vasto material apreendido em ação conjunta contra falsificação e estelionato.

20/06/2024 às 14h34
Por: Rádio Cidade
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Foto - DCS/PCRS
Foto - DCS/PCRS

Após o início da operação em janeiro do ano passado, na manhã desta quinta-feira (20/06), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou a segunda fase da Operação 'Unmask' (desmascarar em inglês), em uma ação conjunta da Delegacia de Polícia de Eldorado do Sul e a 1ª Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção do DEIC, sob a coordenação da Delegada Luciane Bertoletti e do Delegado Max Otto Ritter.

Foram presos preventivamente cinco indivíduos em Viamão e na capital Porto Alegre. Dois irmãos são apontados como os articuladores do golpe. Durante a operação, foram apreendidos celulares, computadores e uma grande quantidade de documentos, incluindo escrituras públicas, procurações, certidões de casamento, entre outros, que são supostamente falsos.

Também foi encontrado dinheiro cuja procedência é desconhecida. Sete cães da raça rottweiler também estavam na propriedade de área rural de Viamão, no momento da chegada da polícia.

Todo o material será submetido à perícia. Segundo a delegada Luciane Bertoletti, da Polícia Civil de Eldorado do Sul, os irmãos operavam um verdadeiro "escritório do crime" 

A operação cumpriu 25 medidas cautelares, incluindo mandados de prisão, busca e apreensão, sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias. O objetivo é combater crimes de falsificação de documentos públicos, estelionato e associação criminosa praticados pelos investigados contra vítimas em diversos estados do Brasil.

 

O esquema

Segundo as investigações, os suspeitos fazem parte de um grupo criminoso que utiliza documentos falsos, como carteiras de identidade, procurações e contratos de compra e venda de imóveis, para oferecer terrenos de alto valor, principalmente em Itapema/SC, sendo estrategicamente interessante por ser a cidade com o segundo metro quadrado mais caro do país. Disfarçados de corretores imobiliários, advogados e até proprietários dos imóveis, eles atraem vítimas com promessas de negócios vantajosos, vendendo terrenos a preços abaixo do mercado. Após as vítimas transferirem o valor inicial da venda, descobrem que foram enganadas, pois os criminosos não são os verdadeiros proprietários e os documentos são falsos.

Os irmãos utilizavam o nome dos verdadeiros proprietários dos terrenos e empregavam "laranjas" para se passarem por esses donos. Esses "laranjas" assinavam procurações que permitiam a venda fraudulenta dos terrenos, que eram avaliados em até R$ 150 milhões. Em muitos casos, os terrenos não eram entregues aos compradores, que perdiam o dinheiro dado como sinal. Uma das vítimas perdeu 10 mil euros e R$ 10 mil, totalizando cerca de R$ 70 mil. A polícia estima que ao menos 10 pessoas foram lesadas, incluindo um empresário de 76 anos que possuía terrenos de alto valor em Itapema. 

Um dos suspeitos que se passava por advogado é investigado há um ano e meio por outros golpes envolvendo falsificação de documentos, como procurações e escrituras. Ele possivelmente tem relações com pessoas envolvidas na Operação Efêmero, que investigou uma rede criminosa usando dados de pensionistas do IPE Prev para realizar compras e contratar empréstimos fraudulentos.

Resumindo, na prática, o esquema fraudulento tinha como objetivo prejudicar duas partes: os compradores, que pagavam o valor inicial sem receber o terreno, e os proprietários originais, frequentemente ignorantes das negociações ilícitas envolvendo suas propriedades.

 

Investigações

A Delegacia de Polícia de Eldorado do Sul descobriu que as procurações falsas eram feitas em um tabelionato local. Dois dos investigados foram identificados por sua participação nesses crimes, conectando-os a atividades criminosas investigadas pela 1ª Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção. Devido a essa conexão, as duas delegacias uniram esforços para desencadear a segunda fase da operação policial.

As investigações também revelaram que os criminosos usaram dados do sistema IPÊ-Prev, violando sigilo funcional para praticar crimes contra a fé pública, incluindo a falsificação de Carteiras Nacionais de Habilitação, boletos bancários, procurações e escrituras públicas de imóveis de alto valor. As provas obtidas demonstraram a continuidade dos atos criminosos, levando à decretação das prisões preventivas pelo Poder Judiciário.

Na operação desta manhã, mais de 60 policiais participaram, com o apoio da CORE/PCRS, CORE/PCRJ e COPE/PCPR. 

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