No coração de Gaspar, a família de Amanda Grabner, 21 anos, se uniu em frente ao Fórum com esperança e angústia. Vestidos com camisetas marcadas pela frase "Restaram apenas as boas lembranças de você, sempre em nossos corações", eles aguardavam o desfecho de cinco anos e três meses de batalha por justiça. O julgamento do chamado Caso Jaguar se estendeu por 16 horas desde a manhã de quarta-feira (19) até o início da madrugada de quinta (20).
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) trouxe a resposta que a família tanto ansiava: Evanio Wylyan Prestini foi condenado a oito anos de reclusão, seis meses e 20 dias de detenção, pelos crimes cometidos na fatídica manhã de 20 de junho de 2019.
A Juíza da Vara Criminal de Gaspar leu a sentença à 1h da manhã, destacando as condenações de Prestini por dois homicídios consumados com dolo eventual, três lesões corporais contra Thainara, Tainá e Maria Eduarda (uma delas grave, também com dolo eventual) e embriaguez ao volante. Além da pena, ele teve seu direito de dirigir suspenso por dois anos e seis meses.
O resultado foi uma vitória esperada pela Promotoria de Justiça, representada por Augusto Zanelato Júnior e Ricardo Paladino, do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI) do MPSC. Para eles, o julgamento foi o desfecho de um trabalho que se iniciou em 2019, resultado de investigações minuciosas da Polícia Civil e da dedicação incansável das Promotoras de Justiça.
Durante o Júri, foram ouvidas as sobreviventes da tragédia, testemunhas e o próprio réu. Emocionadas, as vítimas relataram os momentos de terror vividos naquela manhã fatídica, enquanto Prestini, em seu interrogatório, admitiu o consumo de álcool antes do acidente e pediu perdão às famílias das vítimas.
O Ministério Público enfatizou a conduta irresponsável do réu, apresentando provas contundentes que evidenciaram sua embriaguez e imprudência ao volante. O resultado do julgamento não apenas reflete a busca por justiça das famílias enlutadas.
Réu Condenado, Mas Permanece em Liberdade
Após a condenação, Evanio Prestini, atualmente com 37 anos, deixou o Fórum acompanhado por seus advogados e familiares pouco antes das 2h, saindo pela porta da frente.
A defesa de Evanio anunciou que não irá recorrer da decisão do júri popular. A permanência do motorista do Jaguar fora da prisão mesmo após a sentença se deve ao estabelecido pelo Código de Processo Penal, que requer o cumprimento imediato apenas para penas iguais ou superiores a 15 anos. Além disso, as medidas cautelares impostas desde sua soltura em julho de 2019 serão descontadas do total da pena, permitindo uma possível mudança para regime semiaberto ou aberto.
A definição final sobre o regime de cumprimento da pena será divulgada em cinco dias. Evanio já havia passado cinco meses no Presídio Regional de Blumenau após o acidente e, ao ser libertado, estava sujeito a diversas restrições, incluindo a proibição de sair à noite, frequentar bares e boates, entre outras medidas judiciais.
O advogado José Manoel Soar, integrante da defesa de Evanio, expressou sua satisfação com o julgamento, destacando que todas as partes tiveram a oportunidade de debater livremente. Ele ressaltou que a pena aplicada foi proporcional e que, a princípio, não serão apresentados recursos, uma vez que estão conformados com a situação.
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