Na última semana, grupos de WhatsApp fervilharam com tentativas de vincular a pré-candidata à prefeitura de Balneário Camboriú, Juliana Pavan (PSD), ao Partido dos Trabalhadores (PT). Na segunda-feira, 17 de junho, a situação se intensificou quando Juliana Pavan reagiu a uma montagem satírica compartilhada em um desses grupos. A imagem, divulgada por um cargo de confiança da administração do Prefeito Fabrício de Oliveira (PL), retratava Juliana usando uma camiseta do PT, sugerindo uma aliança ideológica que a vereadora nega enfaticamente.
As imagens teriam sido compartilhadas por Matheus Rafaeli, que é lotado na Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA), autarquia que atualmente é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal.
Reação
A vereadora denunciou a imagem como parte de uma “campanha de desinformação” com o objetivo de associá-la à esquerda. “Ao contrário do prefeito e de seu grupo político, eu sempre fui de centro-direita. Mas respeito a todos, defendo a democracia e não espalho inverdades nem fake news. A tentativa de colar isso em mim é comprovadamente falsa, sendo a cara do desespero,” afirmou Pavan, que iniciou sua trajetória política no PSDB, partido de centro-esquerda.
Apesar do tom humorístico da montagem, Pavan tratou o assunto com seriedade, acusando o prefeito de utilizar a máquina pública para espalhar informações falsas. Ela ressaltou as filiações anteriores de Fabrício de Oliveira ao PSB e PV, partidos que historicamente possuem alinhamentos com o PT. “Em 2016, a imprensa noticiou que o próprio prefeito procurou o PT e a então vereadora Marisa para construírem uma terceira via, com PSOL e PV,” lembrou Pavan.
Ação judicial e implicações legais
A vereadora informou que sua assessoria encaminhou o caso à Justiça Eleitoral, argumentando que a difusão de fake news é prejudicial e que a utilização de cargos públicos para tais fins pode ter implicações legais. “Usar a máquina pública em prol de um candidato específico pode acarretar implicações legais não só para o prefeito. Todos nós perdemos, políticos e a população. Acredito na transparência no processo eleitoral desde a pré-campanha e lamento a manipulação e a má-fé que estamos vendo,” declarou a vereadora.
Prós e contras
A sátira, a charge e o humorismo político, que muitas vezes utilizam ironia, sarcasmo e até deboche para tratar de instituições, governos e figuras públicas, estão protegidos pela liberdade de expressão. Mesmo quando ácida e provocativa, a sátira é uma ferramenta legítima de crítica. Essa liberdade é essencial para a democracia, pois permite uma ampla gama de opiniões e discursos informais.
No entanto, essa prática deve ser conduzida com responsabilidade e dentro dos limites éticos, evitando excessos que possam causar danos injustificados. A utilização da sátira como ferramenta de desinformação pode ser extremamente prejudicial. Dependendo do contexto em que a sátira é recebida, as pessoas podem não reconhecer o caráter humorístico e tomar a informação como verdadeira. Isso é especialmente perigoso em períodos eleitorais, onde a desinformação pode influenciar o processo democrático e afetar a gestão pública. Desmoralizar candidatos através de sátiras mal-intencionadas compromete a integridade do processo eleitoral e não é uma prática ética.
Dica da Cidade
Esteja atento às informações que circulam nas redes sociais, especialmente em períodos eleitorais. Verifique sempre a veracidade antes de compartilhar e contribua para um ambiente de informação saudável e transparente.
Leia também
Em BC, Câmara tumultuada e polêmica entre vereadores suspende sessão e três B.O.s são registrados
CONFIRA NOSSA PROGRAMAÇÃO AO VIVO
Mín. 18° Máx. 23°