Na manhã desta quarta-feira (24), em Itajaí, litoral norte de Santa Catarina, Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, sobrinho do conhecido traficante Marco Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, foi preso pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
A operação Primma Migratio, coordenada pela Polícia Federal e forças de segurança do Ceará, São Paulo e Mato Grosso, resultou na captura de Leonardo, que era apontado como um dos novos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Leonardo, que morava em Santa Catarina, foi detido por envolvimento no gerenciamento de negócios da organização criminosa no Ceará, incluindo atividades ilícitas como jogo do bicho, tráfico de drogas e de armas. Sua prisão levanta questionamentos sobre a motivação de sua atuação em Itajaí, seja para expansão da facção ou para fugir da Justiça.
O sobrinho de Marcola foi encontrado em um apartamento de alto padrão no bairro São João, em Itajaí, um local considerado pacato e fora do circuito da "criminalidade ostentação". Após a prisão, ele foi encaminhado ao Complexo Prisional da Canhanduba, onde permanecerá isolado aguardando as devidas providências da Secretaria de Administração Prisional. A expectativa é que ele seja transferido para uma prisão se segurança máxima.
A operação Primma Migratio também resultou na prisão de dois policiais militares cooptados pelos criminosos no Ceará, como parte dos esforços para desmantelar o núcleo gerencial e logístico do PCC no estado. A investigação, que durou dois anos, revelou indícios de que a organização movimentou mais de R$ 300 milhões de forma suspeita nos últimos anos, envolvendo atividades como corrupção de servidores públicos.
Marcola, chefe do PCC, cumpre pena na Penitenciária Federal de Brasília, após ser transferido por questões de segurança relacionadas a um suposto plano de fuga. Condenado a 330 anos por diversos crimes, esta é sua segunda passagem pela penitenciária, onde ficou entre 2019 e março de 2022.
Força Integrada de Combate ao Crime Organizado
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) é uma unidade especial de cooperação entre as forças policiais e de segurança pública do Brasil, especialmente a Polícia Federal e as Polícias Civis dos estados. Ela foi instituída como parte de um conjunto de ações voltadas para o combate ao crime organizado em nível nacional.
A Ficco tem como base principal a integração entre diferentes órgãos de segurança, seguindo um modelo semelhante ao utilizado em países como os Estados Unidos. Nesse modelo, cada instituição trabalha em paralelo e compartilha informações de inteligência para fortalecer as estratégias de combate ao crime organizado.
A criação da Ficco foi uma resposta às demandas crescentes relacionadas à criminalidade organizada no Brasil, que envolve facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV), entre outras. Essas organizações criminosas atuam em diferentes estados e têm grande poder de influência dentro e fora dos presídios, sendo responsáveis por diversas atividades ilícitas, como o tráfico de drogas, armas, contrabando, lavagem de dinheiro e corrupção.
Marcola
Marcola, cujo nome real é Marco Willians Herbas Camacho, é conhecido como o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do Brasil. Sua história está profundamente ligada ao surgimento e à expansão do PCC, que se tornou uma das facções mais poderosas e influentes do país, com ramificações em diversas regiões e até mesmo em outros países.
A trajetória de Marcola no mundo do crime remonta aos anos 1980, quando ele começou a se envolver com delitos menores, como roubo e tráfico de drogas. Com o tempo, sua influência e liderança cresceram dentro do sistema prisional, especialmente após a rebelião no Presídio do Carandiru em 1992, que marcou um momento importante para a consolidação do PCC.
O PCC, por sua vez, teve origem nas prisões de São Paulo, inicialmente como uma forma de proteção e organização dos detentos frente às condições precárias e à violência dentro dos presídios. Com o passar dos anos, a facção se expandiu para além das muralhas das penitenciárias, estendendo seus tentáculos para o mundo exterior e diversificando suas atividades criminosas, que incluem o tráfico de drogas, armas, contrabando, além de lavagem de dinheiro e corrupção.
Marcola foi apontado como o principal líder do PCC, exercendo influência não apenas dentro dos presídios, mas também nas ruas, onde a facção controla territórios e pratica uma série de atividades ilícitas. Sua captura e prisão foram eventos de grande destaque na mídia nacional, refletindo a importância estratégica que ele representava para o PCC.
Sua figura simboliza a complexidade e a gravidade do problema do crime organizado no Brasil, bem como os desafios enfrentados pelas autoridades no combate a esse tipo de criminalidade.
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